Cidade de Montanha = exemplo

A cidade de Montanha, no Norte do Espírito Santo, já foi conhecida pelo enorme lixão a céu aberto e, com decisão e vontade política, mudou completamente esta imagem. É hoje personagem de programas em rede nacional mostrando o exemplo de coleta seletiva realizado na cidade.
Município com 20 mil habitantes, Montanha produz 12 toneladas dia de lixo. Com um trabalho sério de educação ambiental iniciou a conscientização da população com as crianças nas escolas. Isto porque as pesquisas mostravam que uma das principais queixas dos moradores era o “lixão”, um horrível cartão postal da cidade. Esta reclamação dos moradores virou ação da administração municipal.
No início deste ano conheci a secretária municipal de Meio Ambiente de Montanha, a jovem Marinéia Araújo. Fiquei encantada com sua simplicidade, doçura porém um pulso firme para comandar toda esta transformação que a poucas semanas foi mostrado no programa Cidades & Soluções, na Globo News.
O programa tinha como tema o lixo orgânico que em Montanha soma 60% do que é coletado. Como sabem o lixo orgânico é composto de cascas, restos de alimentos, folhas, grama, borra de café, entre outros. Na cidade este é recolhido separadamente e dele é feito o composto orgânico, um adubo natural que é utilizado nos jardins da cidade tornando-se uma cidade linda, limpa e verde.
Na edição de ontem (31.08) do jornal Tribuna de Cricaré, a leitora de São Mateus, Silvani Neres, elogia o trabalho realizado pela prefeitura de Montanha e afirma que a cidade de Pinheiros está iniciando uma atividade semelhante. Viva! Que este exemplo seja copiado já que, pelo meu conhecimento, coleta seletiva mesmo só acontece em Montanha, quando falamos no nosso Espírito Santo.
Na semana passada estive em um seminário onde dois secretários de meio ambiente da Grande Vitória comentavam o baixo orçamento em suas secretarias o que dificulta a ação. Não concordo. Assim como a Silvani, acredito que implantação de coleta seletiva, necessita, essencialmente, de vontade política. Sem isto não tem jeito.
Isto porque hoje qualquer administração possui agentes de saúde e professores. Básico. Preparar estas pessoas para serem porta voz da coleta seletiva não é difícil. Então, basta querer. Planejar, estar aberto, buscar conhecimento especialistas em Gestão de Resíduos... Aliás não é só estar aberto, a lei assinada recentemente pelo presidente Lula, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, prevê penalidades para quem não a cumprir. Se haverá fiscalização, não sabemos mas queremos e aliás, temos que exigir. Este, com certeza é mais um questionamento que devemos fazer àqueles a quem pretendemos dar nosso voto. E, depois, cobrar.
Até mais!