12 de julho de 2013

Vitória - ES: Pó de minério na praia de Camburi




Esta é a proposta da empresa - Jornal A Gazeta / ES
A quantidade de minério de ferro que se espalha pelos bairros de Vitória é constante alvo de reclamações de moradores da capital. Além dos prejuízos causados ao meio ambiente, são apontados malefícios para a saúde dos banhistas da Praia de Camburi. A Vale informou que enviou duas propostas ao Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) para solucionar o problema. Segundo o MP-ES, moradores da região serão ouvidos a respeito das propostas e o órgão vai acatar o que for sugerido pelas entidades ambientais licenciadas.

Para mostrar a poluição no trecho que fica no final da praia, próximo à mineradora Vale, o presidente da Associação de Amigos da Praia de Camburi mergulhou na água do mar. “É um minério misturado com areia, que foi jogado pela mineradora, nas décadas de 70 e 80, e que eles estão querendo enterrar”, falou Paulo Pedrosa.

Na época em que o pó de minério foi jogado no final da Praia de Camburi, entre as décadas de 70 e 80, não havia um controle ambiental. Depois de cobrança da comunidade e do Ministério Público, no entanto, a mineradora apresentou duas opções para tentar solucionar o problema. Uma delas seria aterrar com areia o local onde o minério está depositado e, desta forma, a orla ganharia mais um quilômetro de praia. A outra proposta seria sugar o material submerso e fazer uma limpeza na faixa da praia, já contaminada.

O gerente de meio ambiente da Vale explica que estudos feitos pela empresa apontam o aterro como a opção mais segura. “Se você fizesse uma dragagem, estaria espalhando contaminantes para a baía do Espírito Santo, para a Praia de Camburi. Esses contaminantes têm um poder muito grande de alterar a cadeia alimentar da baía. Então, a alternativa recomendada nos estudos foi a de recobrimento da região com o sedimento limpo”, disse Romildo Fracalossi.

 As propostas da mineradora foram entregues ao Ministério Público, que vai analisar as opções. “O Ministério Público recebeu essas propostas e os órgãos do meio ambiente se reuniram com a Prefeitura de Vitória. Em 90 dias, eles já vão nos dar essa resposta, ou até antes. Eles vão fazer um estudo profundo, para ver qual é a forma que vai causar o menor impacto para aquela região e o que o órgão licenciador determinar, o Ministério Público vai acatar”, afirmou o promotor de Justiça Marcelo Lemos.


 Fonte: www.g1.com.br/es